Como os pequenos estão ficando médios
Um projeto de carro é caro; muito caro, seja para concebê-lo, ou para literalmente transformá-lo em um produto à venda. Hoje em dia, com a maximização dos resultados (meio óbvio, este mantra, né?), as montadoras estão partindo para os SUVs (que tem margem maior) e, discretamente abandonando projetos de carros médios mais elaborados, substituindo-os por soluções mais simples, devidamente adaptadas para uma melhor experiência do consumidor. Isso significa aproveitar plataformas de veículos compactos e esticá-las, tornado o sedan pequeno (ou mesmo hatch) em “Compacto Premium”. Vários exemplos ilustram esta tendência. O Civic provavelmente irá sair de produção em 2022, no Brasil; o seu substituto ? o City Nova Geração (um pouco maior do que o atual); o Jetta está perdendo mercado (propositalmente) para o Virtus (aliás, é difícil diferenciar de relance, um do outro); o Ônix Plus entra no lugar do Cruze. Mas como percebemos que se trata de uma plataforma mais simples, que substitui os sedans médios ? Primeiramente, o acabamento. Os compactos “esticados” deixam seu rastro de carros “populares”...plásticos duros e materiais de revestimento (por exemplo, o plástico que chamam de “couro ecológico”) nos bancos e laterais. Ok, eles aproveitam equipamentos de conforto e segurança dos irmãos maiores, mas com a devida cobrança no valor do carro. Em segundo lugar; um aspecto mais subjetivo. A dirigibilidade e conforto ao rodar. Os projetos mais sofisticados e caros (Civic, Cruze, Jetta, ...) possuem monoblocos mais “rígidos”. Por isso, torcem menos e as suspensões trabalham melhor (sem citar que alguns destes modelos possuem conjuntos de suspensões mais complexos e eficientes). Sente-se isso na sensação de solidez em velocidade e curva. Outro aspecto é o nível de ruído e vibrações a bordo. São carros mais silenciosos, e que isolam mais os ocupantes do mundo exterior.
Bem...mas esta é uma tendência. É o mercado. Principalmente no Brasil. SUVs (de todos os tamanhos e derivações), Compactos “Premium” e carrinhos de entrada (estes não escondem seu DNA "pé-de-boi” ) que, aliás também não andam nada baratos...
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Marcelo Altomare